sexta-feira, 21 de abril de 2017

SEGURANÇA PÚBLICA.

SEGURANÇA PÚBLICA.
Por onde começar?
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A crise no sistema penitenciário é um assunto distante para ser debatido por uma cidade, é um problema de esferas estadual e federal. Mas os efeitos de rebeliões e fugas em penitenciárias podem ser sentidos rapidamente pela cidade. E a cidade precisa se ocupar em ordenar suas ruas, conter os conflitos, usar a força pública. Criar estratégias para o controle da criminalidade, até que tudo volte ao que é identificado como normal, o caos normal diário da cidade, com stress e engarrafamentos. Ninguém se entendendo pelas ruas em um comportamento consentido, admitido para evitar maiores conflitos. As misturas conflitivas dos espaços; automóveis e motocicletas, ciclistas e pedestres. Pedestres com mobilidades deambulatórias diferenciadas, do jovem ao idoso, do andante ao cadeirante, entre os que usam bengalas ou muletas, andadores ou carrinhos de bebê. Segundo algumas estatísticas o país está se tornando mais e velho, e assim aumentam as dificuldades.

E a ordenação das ruas antecede aos períodos de revoltas e fugas, antecede a ocupação com carros ou pessoas. É preciso não fomentar a lei e a justiça; delegacias, centros de detenção provisória e  os presídios, com suas matérias primas de funcionamento, os classificados como não cumpridores de uma lei. E podem fugir às regras, não apenas portando armas e mais outras formas intimidadoras. O automóvel também é uma ameaça ao não respeitar um sinal ou uma faixa de pedestre, e ao ocupar uma calçada, forçando um pedestre a andar na rua. Aumentam os riscos, de ser atropelado e de ser visto. Aquele que procura fazer um roubo ou furto, aguarda uma oportunidade, com sua “presa” em desvantagem.

A insegurança pública, só é percebida pela população, quando percebem seus patrimônios em situações vulneráveis. Como o risco de perder um celular ou o automóvel, para um meliante armado. E enquanto seus patrimônios materiais não estão em risco, não identificam seu patrimônio maior, a vida, que nem sempre está em risco somente por assaltantes e bandidos cometendo delitos. E em defesa do patrimônio da vida temos nas ruas as equipes como: ambulâncias, corpo de bombeiros e defesa civil. Necessitam de espaços para atendimento e espaços para deslocamento. As vias necessitam estar livres para a chegada do socorro em acidentes, incidentes e catástrofes, incêndios e desabamentos. O infortúnio sem aviso. O mal súbito em casa, no trabalho, na escola ou na rua.

Depois da realização do evento em tela, uma pergunta pairava no ar. Por onde começar? A resposta é simples e clara, pela própria casa que realizou o evento. E as palavras de ordem são: acessibilidade e mobilidade, sustentabilidade e bioética. Tecnologia e equipamento são produtos para uma guerra, seja ela bélica, comercial ou econômica. Armas e equipamentos fomentam indústrias e comércios distantes, que sobrevivem da insegurança.

A casa do povo abriu suas portas para ouvir o povo. E para não perder as rédeas do assunto, formou uma mesa de trabalhos com peritos em estatísticas. Peritos em classificar problemas, conduzindo o debate pelas pedras ali colocadas, determinando os caminhos. Quase que impositivo, apresentam números e índices para serem reduzidos. Trabalham com números, teorias estatísticas, desvios padrões e números significativos. Procuram respaldar suas hipóteses, utilizando gráficos e tabelas. Desfilam slides na tela com regras de La Place e Pareto, dentro de seus círculos hermenêuticos. E a ciência não é mais auto legitimadora dos fatos, como um comportamento iluminista, imperando a fé e a ciência. Olham o caso como pura regra matemática, negativo e positivo, policial e bandido. E o uso da força progressiva em combates no espaço controlado, procurando um equilíbrio da equação.

A sociedade é formada por pessoas, é um organismo vivo, e mesmo com exemplo de vasos comunicantes, onde existem diferenças de densidades e composições químicas, o resultado é inesperado, no máximo aproximado. E se vivemos em uma sociedade líquida, necessitamos aprender a identificar os novos guetos, novos grupos, providenciando novos vasilhames e técnicas que promovam filtragem e decantação..

Os ocupantes da casa apresentaram suas reclamações e mazelas. Reclamaram que a cidade das suas infâncias e juventudes já não existe mais. O tempo que ocuparam ruas e praças, andado talvez descalços em ruas esburacadas. Não expunham bens atrativos e cobiçados por bandidos. Mostram suas moções e exigências a comandantes de policiamento. Vivem no passado com ideias passadas, Reclamam e exigem mais policiamento nas ruas. Ruas que não oferecem facilidade de deslocamento e visibilidade a policiais e veículos em patrulha ou atendimento. A cidade vem sendo dominada por filas de carros estacionados, bloqueando as calçadas. E acrescentamos aqui bombeiros e ambulâncias, que constituem e fazem parte de uma segurança pública, os que necessitam de espaço e mobilidade, para desenvolver suas tarefas e missão.

Ao final do evento, a mesa coordenadora deixou algumas perguntas à plenária. O que fazer? Como começar? O que aquela casa pode fazer como planos emergenciais? Pediu ideias e planos a curtos, médios e longos prazos. E a resposta é simples para uma casa com gabinetes sem janelas, olhar a cidade. Ocupar as calçadas como pedestres, percebendo e sentindo os problemas. Andar como uma pessoa comum para fazer uma imersão em um laboratório de dificuldades e problemas. Não resolver assuntos externos com portas fechadas, cafezinho, água gelada e ar condicionado.

E seus jardins de asfalto precisam ser limpos e podados dos piolhos circulantes, que infestam o ar de fumaça. A cidade é como uma casa, onde coisas amontoadas atraem baratas e ratos. A cidade atrai assaltantes e bandidos, velho conhecidos, salteadores de estradas. Até o prefeito da cidade, com seu carro mal estacionado, com o patrimônio público descaracterizado, foi roubado na porta daquela casa. Estratégia de marketing ou falta de cidadania? E logo o prefeito que adora fazer festa ao ar livre, no estilo 0800, oferecendo circo para o povo.

É preciso descer a rampa de acessibilidade e caminhar pelas ruas e calçadas. Atravessar pelas faixas de pedestres, descobrindo falhas de estrutura urbana. Usar os canteiros centrais, bloqueados por automóveis em pista dupla. Vereadores necessitam abandonar velhas estratégias de confundir o cidadão, sobre sua presença ou ausência naquela casa, e experimentar a sensação de querer atravessar a rua na porta da casa.

Enquanto Natal não sofrer um choque de ordem, fica difícil avaliar a segurança, já que a própria cidade proporciona uma insegurança. Cria mitos e medos. E o maior mito em Natal, é que possuir um carro é ter acessibilidade. Justificado por falhas e ausências, na qualidade do transporte coletivo

O país tem o automóvel como símbolo da economia, a economia dita que gera emprego a classes trabalhadoras. Mas gera lucro a montadoras estrangeiras; companhias petrolíferas; companhias de seguros, bancos e financeiras, com financiamentos e cartões de crédito. Raríssimas são as empresas que fazem parte deste grupo. O automóvel, uma grande jogada, um bem que se torna um consumidor com longo prazo. Consumidor de óleos e combustíveis. Consumidor de peças e serviços. Consumidor do tempo e do espaço.

Em 21/04/2017
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

Roberto Cardoso Maracajá
IHGRN - Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
INRG - Instituto Norte Riograndense de Genealogia
Prêmio Colunista de Informática 2013 e 2014 (Informática em Revista - Natal/RN)
Ex Secretário do CCS 17ª AISP (Rio de Janeiro/RJ)
Jornalismo Científico (FAPERN - UFRN - CNPq)
Marine and Land Survey
Reiki Master & Karuna Reiki Master

#FORUMdoMaracajá @FORUMdoMaracajá

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